Meninos e meninas, vou celebrar o facto de já estar de férias para ir ao fantástico festival de Paredes de Coura. Até logo!
O cenário é a barbearia do Proença, sítio iluminado bem localizado, cadeiras vermelhas encostadas às paredes brancas e azuis.
A cidade é do interior.
Sr. Rebelo ( Homem cinquentão, proprietário da loja de antiguidades em frente ao barbeiro, onde passa os dias devido à crise do seu negócio) - " Olhá... Viu-a?"
Sr. Proença, aka Tesouras - "Vi, pois... Quem aí passou à bocado foi a sua prima!"
Sr. Rebelo - "Ah. Eu vi-a!"
Sr. Proença - "Ía com uma calcinhas a verem-se-lhe as bochechas! Quer dizer as bochechas não se viam mas ... (risos)"
Sr. Proença - "É, é... Ela agora tá bem!"
Entra em cena o Sr. Morgado! (Proprietário de um talho da mesma rua)
Sr. Morgado - " Então Proença, já afiaste a moto-serra?"
Sr. Proença - " Tá sempre afiada!"
Sr. Rebelo - "Afiada está mas trabalho não há"
Sr. Morgado - " Vou só aqui meter um bocadinho de gasóleo! (leia-se beber um copo)"
Sr. Morgado sai de cena!
Sr. Morgado regressa da bomba de gasolina!
Sr. Morgado - "Então Proença, É pra hoje ou pr´amanhã?! Ah, C#@$%& isto aqui tá tudo F#@$%&!"
Sr. Proença - "Há mais a queixarem-se"
Sr. Morgado - " Não sei se tá pior para os novos ou prós velhos. Como é que ficou aquilo ontem da PT? "
Eu - " Não ficou nada decidido e a proposta da Telefónica expirou à meia-noite!"
Sr. Morgado - "Ah!"
Sr. Proença - " Se me dessem metade do dinheiro a mim!" (risos, de gargalhadas)
Sr. Proença - "Ora prontinho! São 6.50€"
Assim se passam uns bons 15 minutos na cadeira do Barbeiro!
Assim acaba a primeira parte deste jogo de telecomunicações, num armistício para negociar. Os accionistas perderam um grande negócio mas a PT não amputou o braço direito. E todos ficámos a perceber que quem decide é o Governo.
Ficou tudo às claras: o Governo dá ordens à Caixa Geral de Depósitos e não aceita que se façam negócios sem ser ouvido e sem anuir ou mesmo encorajar. Estivemos anos a ouvir o contrário. Que não, que as empresas decidem autonomamente; que falar de intervenção estatal era insulto; que a Caixa competia no mercado com os outros.
Quem é que hoje acredita que a TVI esteve para ser comprada pela PT sem o conhecimento, aprovação e até motivação do Governo? Quem pode hoje sonhar que na OPA da Sonae o Governo foi mesmo neutro? Quem pode crer que o financiamento galopante e suicida que a Caixa fez àqueles que se consumiram no BCP (Berardo, Fino e outros) não teve o pulso ou o impulso do PS? E que a não execução destes capitalistas falidos foi isenta? Quem põe as mãos no fogo pela nomeação de dezenas de "boys", tachos e incompetentes infiltrados nestas empresas? Quem acredita nos negócios na Taguspark, no pequeno-almoço de Figo, nos amores à primeira vista com a JP Sá Couto, nas adjudicações sem concurso, na convocatória da EDP para a Qimonda Solar, na coincidência do ex-assessor do secretário de Estado das Scut que passa a vender chips ao Estado? Quem se fia em todos os investimentos e créditos perdulários da Caixa em antros de pirataria como a La Seda? Nos dinheiros de fundos públicos para a Aerosoles, nos patrocínios compulsivos de "empresas estratégicas" no Red Bull Air Race, que acaba de nos mandar passear? Quem ainda acredita que a Caixa não está a reforçar-se como testa--de-ferro da "golden share" da PT, nas nomeações na Cimpor, como antes no BCP, nas entradas accionistas na Galp, Quem?
Eles estão ali do lado direito desde o início deste blog, e hoje fomos nós parar à barra da direita deles. Obrigado Estado Sentido, um dos nossos preferidos.
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