"O" festival em Portugal

quarta-feira, 4 de agosto de 2010 by l.

É verdade, voltei de Paredes de Coura! Vou deixar-vos com duas ou três palavras sobre os concertos (vi a maioria), pois um festival é o que a sua música quiser.


Assim, começo pelo Jazz na Relva. Aliás, não começo porque não vi nada disso...

Depois, o Iberosounds. Também neste não vi nenhum concerto, mas do que ouvi do campismo, destaco Madame Godard e Boat Beam, com um som muito agradável, e Samuel Úria, que pelo barulho do público deve ter tido lá muita gente.

Depois o Palco Paredes de Coura:

Dia 28 (no Palco Iberosounds, serviu como recepção ao campista):

  • Cosmo Jarvis - A espaços, boa música. Vaguearam demais pelo rap, country e até rockabilly. Primeiro têm de se descobrir a eles mesmos.
  • Los Campesinos! - Muita gente, muito interesse, e interesse bem correspondido. Muito bom concerto, em todos os aspectos! Palco pequeno demais para eles...
  • Memory Tapes - Boa música, durante os primeiros 15/20 minutos. Depois, tudo muito igual. Adormeceu um bocado o pessoal.
  • Isidro LX - O DJ/VJ da noite revelou-se um mero passa-músicas. Ainda assim, músicas boas.
Dia 29:

  • Vivian Girls - Não vi, só ouvi do campismo. Pareceu-me que não deu para aquecer o público, apesar das vozes doces.
  • Eli "Paperboy" Reed - A surpresa. Quando entraram no palco em boxers percebemos que estavam ali para dar espectáculo. E deram. Boa música e melhor interacção com o público, com um momento memorável em que mandou o público despir-se e abanar a roupa. Muito bom!
  • Gallows - A interacção manteve-se, a qualidade de música nem por isso. Se em gravação a música parece boa, é mentira. Ainda assim, grande festa, com muito "mosh" e tentativas de pirâmides humanas à mistura.
  • Enter Shikari - A noite começou a cair, e ainda bem para o espéctáculo de luzes destes. Música electrónica com espírito "hardcore" resulta bem, e as cambalhotas em palco ou subidas às colunas ajudaram. Ganharam fãs por cá.
  • The Cult - Sonoridade perfeita, saíram prejudicados do alinhamento. Depois de dois concertos com muito "mosh" o rock clássico e solos de guitarra não animaram o público. Ainda assim, um grande concerto, com um encore à altura.
  • Caribou - Vamos ser francos: ninguém percebeu porque estavam neste palco e não naquele onde há 2 anos deram espéctaculo. Este era grande demais, e não conseguiram enchê-lo depois de uma tarde/noite de rock. A música não estava má, mas houve quem (literalmente!) adormecesse...
  • We Have Band (After Hours) - Grande concerto, deviam ter trocado com os Caribou. Ganharam muitos fãs e ainda bem que voltam já este ano!
  • Best Coast (After Hours) - A minha maior esperança, a minha maior desilusão. Na verdade, deviam ter tocado à tarde e não ali. Mas a falta de entrega e vontade não foi disfarçada, e este concerto fica na memória pela negativa. É pena, têm música para muito mais.
  • DJ Coco - O que ficou dito para o Isidro LX adequa-se perfeitamente aqui.
Dia 30:

  • The Tallest Man on Earth - Sozinho no palco maior, foi grande. Muito bom concerto, apesar do mau inglês e da notória desorientação do rapaz.
  • PAUS - Já sabíamos o que esperar - baterias - e não desiludiram. Mas também não fizeram mais que isso, e algum público achou pouco. Eu gostei. Fica a boca à organização, por ter a eles recorrido como plano B, depois do cancelamento da banda Plan B.
  • The Courteeners - Na altura, não desgostei. Mas hoje, já mal me lembro do concerto, e isso quer dizer alguma coisa... Morrisey ficou mais impressionado com eles do que Paredes de Coura, pela certa.
  • Peter Hook - Sinceramente não sabia o que esperar. É o mais próximo de Joy Division que temos, mas não é Joy Division. Felizmente, surpreendeu-me pela positiva. Hook não se armou em Curtis e cantou como sabe. E isso resultou muito bem. Encore para nunca mais esquecer!
  • White Lies - Outra grande surpresa. Não pelas músicas, daí já sabia o que esperar - um meio caminho entre Editors e Interpol. O que me surpreendeu foi ver em palco uma banda madura que já pode ser cabeça de cartaz num evento destes. Bravo!
  • Klaxons - Electrónica de fazer toda a gente saltar e dançar, foi isso que fez. Ajudados por um espectáculo de luzes fantástico, surpreenderam quem se queixou da sua capacidade de fechar o dia. Aposta ganha da organização.
  • Plus Ultra (After Hours) - Ninguém percebeu o que se passou ali. Erro de casting que ia partindo o palco no meio de muitos f*ckings. Não é banda para Paredes de Coura.
  • Mega Bass (After Hours) - Este sim, um DJ a sério. E conseguiu manter o pessoal animado até altas horas...
Dia 31:

  • Os Dias de Raiva - Não vi, mas pelo que ouvi não pareceram tão maus como os pintam.
  • Jamie T - Também não vi, mas do campismo não me pareceu estar a perder nada de importante. Razoáveis, com misturas de estilos que às vezes são tiros completamente ao lado.
  • The Dandy Warhols - A desilusão. O som estava mau, eles estavam sem vontade e o público não engoliu as tentativas deles. Só em Bohemian Like You houve animação (se viesse de uma aparelhagem, o som era melhor e a animação era a mesma). Terrível.
  • Mão Morta - Grande concerto, na sua segunda casa. Budapeste, Novelos de Paixão e Anarquista Duval foram momentos memoráveis.
  • The Specials - Estava já tudo ansioso por Prodigy, o que podia não ser nada bom para eles. Mas com a sua experiência e um alinhamento bem planeado conseguiram arrancar um grande concerto. Notava-se que estava lá muita gente para os ver, e eles responderam na perfeição.
  • The Prodigy - Intenso. Louco. Tirando pensarem que estavam no Porto (disseram-no 10 vezes), fizeram tudo o que o público queria. E este respondeu como eles queriam. Foi tão bom que durou quase mais meia hora do que o previsto. E todos sabemos o quão rígido são os horários em festivais...
  • Dum Dum Girls (After Hours) - O público, cansado e cheio de pó nas vias respiratórias, não estavam fácil, e elas não conseguiram cativá-lo...
  • Os Yeah (After Hours) - O cansaço era muito e no dia seguinte havia que acordar cedo, pelo que não sei o que fizeram.
Em suma, um festival que parecia condenado à morte ganhou nova vida. Como me dizia um amigo, "Paredes nunca desilude", e para o ano há mais!

1 recortes:

  1. Charlotte
    5 de agosto de 2010 às 10:24

    Confesso que nunca foi um festival que despertasse a minha curiosidade.
    Mas isso também deve estar relacionado com o facto de eu nao ir a muitos festivais...
    O Avante, por exemplo, sempre despertou (mais) a minha curiosidade.

Enviar um comentário