"(...) Represento uma política de verdade e de sinceridade, contraposta a uma política de mentira e de segredo. Advoguei sempre que se fizesse a política da verdade, dizendo-se claramente ao povo a situação do País, para o habituar à ideia dos sacrifícios que haviam um dia de ser feitos, e tanto mais pesados quanto mais tardios.
Advoguei sempre a política do simples bom senso contra a dos grandiosos planos, tão grandiosos e tão vastos que toda a energia se gastava em admirá-los, faltando-nos as forças para a sua execução.
Advoguei sempre uma política de administração, tão clara e tão simples como a pode fazer qualquer boa dona de casa — política comezinha e modesta que consiste em se gastar bem o que se possui e não se despender mais do que os próprios recursos."
Hoje li este texto, e meditei uns minutos sobre ele. E pensei: não é isto que falta? Verdade, numa altura em que tudo aponta para que o Governo minta sobre o real défice? Bom senso, numa altura em que se quer pôr em marcha uma política de grandes investimentos? Boa administração, numa altura em que a dependência externa é o que é?
Pois bem, acho que deveriam, como eu, meditar sobre este texto durante uns minutos.
P.s.: Foi propositada a não colocação do nome do autor do texto. Espero que tentem adivinhar, e eu irei dizer-vos mais tarde.
3 recortes:
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l.
21 de dezembro de 2009 às 15:19Exacto, Salazar nos seus Discursos de 1928. Assustadoramente actual...
21 de dezembro de 2009 às 14:32
Se bem te conheço diria que são palavras de Salazar ou quiçá Marcello Caetano. Conferes?